Um firme e vibrante NÃO chega à Pelotas

Depois de ser inaugurada na Galeria Ecarta, em Porto Alegre, e viajar para Caxias, onde foi montada no Centro Ordovás, a exposição coletiva Um firme e vibrante NÃO chega agora à Pelotas. A versão montada no espaço independente Casa Paralela conta com novos artistas e novo desenho expográfico.

Um firme e vibrante NÃO reúne obras de artistas de distintas gerações e procedências, cuja força está na contestação política e comportamental, no desafio à autoridade e na recusa aos padrões culturais dominantes. Uma produção animada pelo espírito contestador da contracultura, pelos movimentos marginais e pela crítica ao establishment.

A exposição parte de uma coleção de trabalhos dos anos 1970 e 1980, de artistas, em sua maioria, brasileiros, ligados ao conceitualismo e à arte-correio, que têm no papel sua principal mídia: revistas, jornais, livros, fotocópias, envelopes, selos, pôsteres, cédulas. Materiais de natureza gráfica que visavam extrapolar as paredes de museus e galerias, escapar da censura e ativar redes internacionais, experimentando formas alternativas de circulação em proposições cada vez mais coladas à vida.

Propondo um diálogo com as iniciativas históricas, Um firme e vibrante NÃO reúne também a produção de artistas contemporâneos não apenas engajados na luta política, mas que também resgatam certa estética/retórica formatada após os levantes de 68. Artistas cujo trabalho é pautado pelo questionamento crítico e a desconstrução do naturalizado, pela recusa e insubordinação, pelo humor e pelo sarcasmo – e que, a seu modo, denunciam e combatem o machismo, o imperialismo, o racismo, as desigualdades sociais e a caretice geral.

Jorge Bucksdricker e Leo Felipe, curadores.

Participam de Um firme e vibrante NÃO:
3Nós3, Adriano Rojas, Antonio Dias, Alex Vieira, Alexandre Navarro Moreira, Artur Barrio, Carlos Asp, Carlos Pasquetti, Caroline Barrueco, Cildo Meireles, Claudio Goulart, Clóvis Dariano, Daniel Eizirik, Edgardo Vigo, Edson Barrus, Fabiana Faleiros, Flávia Felipe, Horacio Zabala, Hudinilson Jr., Jesus Gadamez Escobar, João Kowacs, Joaquim Branco, Jorge Caraballo, Julio Plaza, Lenora de Barros, Leonhard Frank Duch, Lourival Cuquinha, Luiz Rettamozo, Luiz Roque, Luiza Só, Mario Ishikawa, Röhnelt, Moacy Cirne, Nelson Rosa, Paulo Bruscky, Regina Silveira, Ricardo Aleixo, , Rogério Nazari, Telmo Lanes, Traplev, Torquato Neto, Ulises Carrion, Vera Chaves Barcellos, dentre outros.

curadores

Jorge Bucksdricker é graduado em Filosofia, mestre em Epistemologia e doutorando em Artes Visuais. Publicou os livros Solstícios (IEL/RS – 2005) e Pinus (Edição do Autor – 2011). Nos últimos anos, participou de exposições em Porto Alegre (Tratar de Conciliar os Olhos – 2013 ePoesia Visual Contemporânea: Delitos e Dilemas – 2009) e em Santiago do Chile (Ejercicios de Posibilidad – 2012), ministrou cursos, publicou ensaios sobre arte e literatura, editou a revista virtual Ferramentas Errantes e o zine Antes, Pelo Contrário.

Leo Felipe é jornalista, mestre em artes visuais e coordenador artístico da Galeria Ecarta, tendo assinado a curadoria das exposições Objeto: Som (2011), Sobre Amanhã (2012), Os Nau Caminhos de Roger Canal (2013), Chico Machado: Aparelhos que fazem Zóing! (2014) e Um firme e vibrante NÃO (2015). Com o artista Alexandre Navarro Moreira apresentou a performance AUTACOM no Espaço Maurício Rosenblatt, em Porto Alegre (2013), e no EAC, em Montevidéu (2014). É diretor da rádio online minima.fm. Foi curador da exposição Cracapraquetequeromania (Museu do Trabalho, 2015), primeira individual do músico e ilustrador Diego Medina. Foi diretor e editor-chefe do programa Radar (TVE/RS) e curador do projeto República do Rock, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. Tem dois livros de ficção publicados, Auto (2004) e O Vampiro (2006), e o livro de memórias A Fantástica Fábrica (2014), que reconta a história do reduto underground porto-alegrense da década de 1990, Bar Garagem Hermética, do qual foi um dos fundadores.

em cartaz
De 19 de junho de 2015 a 17 de julho de 2015

local
Casa Paralela (Rua Uruguai, 1577)