Sympathy for the invisible – Afinidade pelo Invisível

A mostra apresenta quatro artistas contemporâneos dinamarqueses. Os artistas trabalham com imagens em movimento e outras mídias – fotografia, som e meta-arquitetura – unidos através de um idioma de estética limpa e minimalista e o interesse comum em investigar a experiência cultural. A exposição foi pensada como um intercâmbio artístico das diferenças percebidas entre estas culturas, de certa forma, contrastantes: a nórdica/dinamarquesa e a latino-americana/brasileira.

O título da mostra faz referência a uma ideia conceitual que permeia o trabalho destes artistas. Focalizando em trabalhos que lidam com noções do místico e do ritual, Sympathy for the Invisible traz uma interpretação externa de aspectos de um ideário de espaços paranormais, espiritualidade, religião e superstições modernas, abarcando tanto as culturas religiosas brasileiras quanto a mitologia nórdica.

curadores

fundador da plataforma curatorial on-line Fortress to Solitude, e a historiadora da arte e curadora dinamarquesa.

diretora do Traneudstillingen Exhibition Space, em Copenhague, Dimamarca.

artistas

Através do uso de narrativas cinemáticas, coreografia e mise-em-scène, a performance baseada em vídeo Council of Citizens explora a precariedade da sociedade contemporânea e o elo perdido entre a política e o político – envolto em escuros tons tribais. Um conselho de cidadãos é reunido para apresentar o ritual do círculo comunal. A performance espelha as qualidades ritualísticas das operações dos sistemas da política – votações, acordos e comunicados públicos. Em um suporte aquecido, a teatralidade da política ordinária é imitada pelas ações do conselho. Folclore local e gestos políticos se misturam a elementos subculturais contemporâneos globais, criando um encontro entre tradição e tendência no objeto metropolitano.

Nos trabalhos encontra-se o artista encenando situações absurdas que são definidas e limitadas sempre pelo conceito de tempo. Para Sympathy for the Invisible, Heltoft apresenta uma projeção de seu filme em 16mm 2060. 2060 é a terceira parte de uma trilogia recente: 1848/1954/2060. O filme apresenta um homem em trajes futuristas em uma caminhada circular e contínua por uma paisagem estéril de deserto. Ao projetar repetidamente – em loop – a imagem do homem futurista, o trabalho de Heltoft especula sobre nosso contínuo desejo de conhecer nosso futuro mesmo estando aprisionados no tempo presente.

Tomando inspiração da teoria do caos, da natureza e de seus padrões gerados randomicamente – como ondas, nuvens ou luz – cria imagens complexas e manipuladas digitalmente que intrigam nosso entendimento do tempo e do espaço. Suas instalações geralmente empregam tecnologia de vídeo em circuito fechado e vários sistemas cibernéticos que exploram ideias de percepção e representação. Para a mostra, a artista irá criar especialmente uma vídeo-instalação inédita baseada em sua residência e pesquisa no Brasil.

Inspirado pela música concreta, o artista cria seus notáveis trabalhos usando gravações de sons reais. Utilizando métodos e equipamentos de gravação pouco ortodoxos, o artista captura raros e desconhecidos sons e tonalidades de lugares que não são geralmente identificados pela sonoridade. Kirkegaard já gravou os sons dos gêiseres, o canto da areia do deserto de Oman, a usina nuclear de Chernobyl e os sons do ouvido interno humano. Sua contribuição para a mostra é a bela e misteriosa peça de áudio Celestial Road, que consiste de gravações dos sons ambiente do espetacular fenômeno natural da aurora boreal, também chamado de Luzes do Norte.

em cartaz
Inauguração: 6 de dezembro de 2012, às 19h

Visitação: de 7 de dezembro a 27 de janeiro de 2013, de terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h

local
Galeria de Arte da Fundação Ecarta (Av. João Pessoa, 943 – Porto Alegre)