O olhar de Xunú – Fotografia da resistência 

Mostra de imagens da cultura da etnia Mbya Guarani. Nesta seleção estão cerca de 30 fotografias coloridas de cenas cotidianas da aldeia Tekoá Pindó Mirim, em Viamão (RS), onde vivem 25 famílias.

Os costumes e espaços sagrados, como a casa de reza (opy), o petynguá – o cachimbo guarani usado tanto para fumar tabaco ou como objeto ritualístico,  a confecção de cestaria em bambu, os animais entalhados em madeira e a venda de artesanato no centro da capital estão entre as imagens captadas.

Manifestações pela demarcação de terras e a luta pela rejeição do PL 490/2007 do marco temporal também são parte dos registros da mostra. A exposição é também alusiva ao Dia Nacional dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril.

o artista

Em sua caminhada para ser fotógrafo, Xunú estudou na Luz – Escola de Fotografia. Em 2016, foi convidado a fazer parte do grupo de Comunicadores Mirim da Comissão Yvyrupa, em que trabalhou durante três anos divulgando, fotografando e filmando eventos Guarani.

Seu primeiro filme curta-metragem se chama “Perigo na Mata” (2016), e fala do fortalecimento da vida dos Mbya Guarani.

Seu último lançamento foi “O despertar do divino Sol” (2019), onde trata da lentidão para demarcar as terras indígenas. Participou da Mostra de Arte Aberta de Porto Alegre, MAAPA 2021, e da Exposição Retrato de Família realizada pelo Goethe Institut, na Galeria de Arte do DMAE, 2022.

Em 2021 foi protagonista do documentário curta-metragem “O olhar de Xunú”, com roteiro e direção de Josemar Martins, executado com recursos da Lei Aldir Blanc que pode ser visto no youtube.

curadoria

Especialista em História Contemporânea

indígenas no Brasil

O Censo IBGE 2010 identificou mais de 305 povos indígenas, somando cerca de 900 mil pessoas. As recentes imagens da precariedade do povo Yanomami, mais uma vez explicitaram a insuficiência de políticas públicas de proteção aos povos originários e – neste caso – há denúncias de genocídio com a conivência do Estado brasileiro no período do último governo.

No Rio Grande do Sul estima-se aproximadamente 33 mil indígenas, sendo cerca de 30 mil Kaingang, aproximadamente três mil Guarani e alguns remanescentes Charrua e Xokleng, com 29 áreas demarcadas em 41 municípios. Com 19 territórios em análise para possível demarcação, o RS tem o maior número de áreas em estudo entre todos os Estados.

Segundo o Mapa Guarani Continental, ao menos 280 mil pessoas, ao longo de 1,4 mil comunidades em quatro países diferentes – Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai – compartilham uma língua e cultura comuns: o Guarani.

data
Abertura 23 de março de 2023, 19h

visitação
até 23 de abril, de terça a domingo, das 10h às 18h

local
Projeto Potência, segundo andar da Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943 – Porto Alegre)