Coloque-se no meu lugar

A exposição coletiva dos artistas visuais Ana Flávia Baldisserotto, Daniel Caballero, Maria Helena Bernardes e Newton Nascimento dos Santos mostra por diferentes meios, linguagens e suportes que surgem como desdobramentos de práticas artísticas coletivas das quais participam.

Com a proposta de levar a mostra para fora da Galeria, parte dos trabalhos da exposição estarão espalhados pela cidade por meio de cartazes lambe-lambe e adesivos, reproduzindo cinco trabalhos de cada artista. Os impressos em formato A3 também estarão na galeria e disponíveis ao público.

Além dos trabalhos pré-selecionados, um dos espaços traz uma abordagem coletiva dos artistas a partir de duas expedições conjuntas realizadas nos dias 28 e 30 de agosto, trazendo o agenciamento do encontro entre os artistas e os espaços percorridos.

Daniel Caballero mostra Transplante da paisagem. Trata-se de uma série de vídeos que fazem parte do projeto Cerrado infinito, um empreendimento artístico coletivo que acontece na Praça da Nascente, na Zona Oeste de São Paulo (SP). A proposta busca ativar e “descolonizar” aquele espaço, a partir do resgate e valorização de um bioma quase extinto: o cerrado paulistano.

Maria Helena Bernardes apresenta Testemunho, trabalho inédito a partir das provocações da proposta curatorial. Para esta instalação, a artista apreendeu em palavras e fotografias os sentimentos que surgem a partir do encontro entre o corpo e a paisagem. Para tanto, o espaço escolhido foi seu sítio, localizado no Morro da Borússia, em Osório (RS).

Ana Flávia Baldisserotto e Newton Nascimento dos Santos apresentam, por meio de variados dispositivos, como desenhos, mapas, áudios  fotografias, desdobramentos dos projetos Carroça de História Ambulantes e Ateliê de Observação Orgânica, dos quais fazem parte.

artistas

Vive a trabalha em Porto Alegre. É formada pelo Instituto de Artes da UFRGS (1995), mestre em História, Teoria e Crítica de arte pelo PPGAV-UFRGS (1999). Coordena grupos experimentais independentes de prática artística e atua como instrutora de artes visuais no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre com ênfase na aproximação entre arte e vida cotidiana desde 2001. Nestes contextos, tem se dedicado a projetos em rede, de cunho colaborativo, coletivizante e multidisciplinar, como “Armazém de Histórias Ambulantes”, “Bordado Inventado na Praça”, “Observação Orgânica” e “Habite-se”.

Vive e trabalha em São Paulo. Sua poética surge da relação e da experimentação com o ambiente urbano. Observador ativo e crítico da cidade e suas transformações, Caballero trabalha com diferentes meios e suportes: desenhos, instalações, vídeos e ações que extrapolam os limites do espaço expositivo tradicional. Desde 2015, coordena o projeto “Cerrado infinito” – trabalho processual e coletivo, no qual o artista propõe uma série de ações na Praça Homero Silva (Praça da Nascente), Zona Oeste de SP, as quais visam promover a ativação e a descolonização do espaço. Dentre essas, o plantio de mudas de espécies vegetais nativas do cerrado paulista, um bioma quase extinto, sobre o qual ainda se tem pouco conhecimento. Um dos desdobramentos do projeto é o livro de artista intitulado “Guia de campo dos Campos de Piratininga ou O que sobrou do cerrado paulistano ou como fazer seu próprio Cerrado infinito”, lançado em 2016 pela La Luz Del Fuego Editora. Participou de várias exposições das quais destacamos as individuais: “Game over ou A extinção do Brazil” (2018) e “Terra non Descoperta” (2015), ambas na Galeria Virgilio, em SP; ”Tóxico Trópico” (2015), na Galeria Carlos Carvalho, em Lisboa; “Campos invisíveis” (2018), no SESC São José dos Campos; “Tudo que vejo é meu” (2015), no MARP, em Ribeirão Preto. Em 2019, o artista foi indicado ao Prêmio PIPA. Site do artista: https://www.caballeroland.art/

Vive e trabalha em Porto Alegre. Coautora do “Projeto Areal” e criadora do “Observatório de sensibilidades do Morro da Borússia”. Seus livros, ensaios e crônicas giram em torno de experiências artísticas, narrativas orais, reflexões sobre a arte e aventuras compartilhadas com outros artistas, entre as publicações constam “Vaga em campo de rejeito”, “Histórias de Península e Praia Grande/Arranco”, “Dilúvio”, “Ensaio”, “A estrada que não sabe de nada”, “Em torno de Nadja”, “Pequenas crônicas à distância e daqui mesmo” e “A praia”.

Faz parte do trabalho coletivo Carroça de histórias ambulantes desde 2017. A Carroça é uma banca itinerante de escuta, escrita e escambo, cujas ações são sustentadas por uma comunidade móvel e aberta de improviso em plena metamorfose. http://www.historiasambulantes.com.br/  e https://open.spotify.com/show/5HKqzSJNhNhvGF7Ydf1ePf

curadoria

Bacharel em História da Arte (UFRGS) é mestre em História, Teoria e Crítica da Arte (PPGAV/UFRGS). É membro do Grupo de Pesquisa Arte em trânsito: viagens, derivas, deslocamentos. Seus interesses de pesquisa dialogam com as dimensões críticas da relação entre arte e natureza. Integra o Comitê Curatorial da Galeria Ecarta (2020-2021). Foi curador da exposição Salta d’água: dimensões críticas da paisagem (2017), em conjunto com o Prof. Dr. Eduardo Veras. A mostra recebeu o destaque em Exposição Coletiva do XI Prêmio Açorianos (2018) e foi finalista nas categorias Jovem Curador, Memória e Curadoria.


data
2 de setembro a 3 de outubro de 2021

visitação
De terças a domingo, das 10h às 18h, seguindo os protocolos de segurança.

local
Galeria Ecarta (Avenida João Pessoa, 943, bairro Farroupilha, Porto Alegre – RS)

entrada franca