eu já sei brilhar

Cinco jovens artistas reúnem seus trabalhos e expõem 18 obras entre pintura, desenho, escultura, objeto, vestuário e instalações em suportes como tecido, madeira, papel, tela e outros. As artistas propõe revisitar e compartilhar espaços de intimidades, devaneios, segredos e pequenas violências de seus espaços.

texto curatorial

um quarto vibe Laurinha Palmer, deixado às pressas, sem esconder vestígios. os indícios sobre as superfícies, a olho nu, tocado e devorado pelos olhos. 

como o olho consome e digere? o que acontece no entre do desejo e a culpa? uma dança envolta por inocência e brilho, que carrega segredos permeados por arrependimentos. se ninguém sabe, a pureza segue intacta. a agarro pelas mesmas mãos que em sigilo estão infestadas do não esperado, mas que na luz do dia indicam alguma suavidade.

 

dedo no bolo

brigadeiro roubado

lamber o merengue

a festa que se passou

fomos direto pro fim

afterparty rivotril

dormi com a cara no bolo

 

sensação de não-lugar, de não caber.

o que de fato se deu no aqui? neste tempo? ele não sacia. ele não excita. ele não saliva. a língua implora pelo doce amargo que insiste em dominar os lábios, os dedos, a carne, o secreto. implora pelo retrogosto de primeiro beijo descompassado. é necessário recorrer às temporalidades existentes entre as vírgulas do que de fato se deu. o corpo da memória que em muitas das noites é anônimo, um fugitivo do tempo.


às vezes penso que sabor teria uma estrela, e acho que seria exatamente esse: um docinho acompanhado de uma explosão azedinha amarga, como um Dip Loko.

faz assim: vai adicionando salzinho até ficar com sabor de lágrima.

 

fiquei te devendo um algodão doce…

artistas

(1998), natural de Pindamonhangaba, SP, atualmente reside e trabalha em Pelotas cursando Bacharelado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas, onde também é bolsista do Programa de Educação Tutorial – Artes Visuais. Participou da publicação do livro Problemas de Pintura: distensões na prática da pesquisa em arte, organizado por Clóvis Martins Costa, com um ensaio (2022). Exposições coletivas: Há algo entre nós – Galeria A Sala, Centro de Artes da UFPel (2023); 23o Salão de Artes Plásticas de Porto Alegre – Câmara Municipal de Porto Alegre (2022); Tubarões Sabem da Existência de Camelos – Corredor 14, Pelotas, RS (2021); Boas Festas – Vitrine Boneco, Pelotas, RS (2019); O Início do Gesto – Galeria A Sala, Centro de Artes da UFPel (2019).

(1999), natural da capital Paulista, é arte-educadora licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas, cidade onde atualmente reside e trabalha. Em 2020, atuou no Coletivo MOLDE – arte moda conceito no espaço Corredor 14, onde foi residente com outros artistas e realizaram a expo-desfile Alfinetasso. Atuou como monitora bolsista das disciplinas de Introdução à Pintura, Ateliê de Pintura I e Ateliê Livre ministradas pelos professores Clóvis Martins Costa e Ricardo Mello (2022). Co-organizou e participou da feira-exposição Dobra o Ruído (2022), realizada no Centro de Artes (UFPel). Em sua formação, foi bolsista dos projetos de pesquisa Epistemologias contra-hegemônicas no campo da arte, sob coordenação do Prof. Dr. Felipe Merker Castelanni (2020-2021), e OBJETOCOISA: Reflexões sobre a criação e produção de materialidade na arte, coordenado pela Profa. Dra. Helene Gomes Sacco (2022).

(2000), natural de São Paulo/SP, vive e trabalha em São Paulo. Cursa Bacharelado em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo (USP). Participou da Comissão de Publicação do livro Acervo de múltiplas vozes: narrativas de experiências com Arte e Educação (vol. 2), tendo nele publicado, em coautoria, o artigo A Escola por Olhares Dissidentes: a experiência LGBTQIA+ no ensino institucional (2022). Destacam-se as exposições coletivas: Bufê Dinamite, Curadoria: Alice Granada, Flavushh e Pauli Carvalho, Projeto Caroço, São Paulo, SP (2023); Laboratório do Semestre, Espaço das Artes USP, São Paulo, SP (2018 e 2022).

(1994), natural de Porto Alegre (RS), vive e trabalha em Porto Alegre. É bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas. Atuou como bolsista e integrante do grupo de montagem da A Sala Galeria do Centro de  Artes da UFPEL, também participou do projeto de ensino FORMA – Espaços de Formação Ampliada. Principais Exposições: O início do Gesto na A Sala Galeria do Centro de Artes da UFPEL (2019) em Pelotas – RS; Corpo vazio na sala de escultura do Centro de Artes da UFPEL (2019) em Pelotas – RS; Expo – Desfile Alfinetasso no espaço Corredor 14 (2020)  em Pelotas – RS; Do Corpo Objeto ao Animal Político – ARTE LONDRINA 8  na DaP – Divisão de Artes Plásticas da UEL (2020)  em Londrina – PR.

(1999), é artista plástica e formada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP de São Paulo. Teve três bolsas de iniciação científica durante o curso, com orientação de José Spaniol, que atualmente é seu orientador no Programa de Mestrado em Artes da UNESP. Realizou duas exposições individuais, uma delas na Galeria do Instituto de Artes da UNESP, em 2019, e a mais recente em fevereiro desse ano, no Complexo Cultural da FUNARTE em São Paulo. Fez parte da coletiva “Onde acaba o deserto?”, com Thiago Bueno e Lu Martins, do 17° Salão de Guarulhos e algumas outras coletivas nesses últimos anos.


abertura

19 de julho de 2023, 19h

visitação
Até 20 de agosto de 2023, de terças a domingo, das 10h às 18h, inclusive feriados, com entrada franca.

local
Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943, Porto Alegre)

Entrada franca