COLETIVO BANDO DE BARRO

Diálogos: a escuta do barro

A mostra apresenta a produção recente de 23 artistas com enfoque na interação e reciprocidade destes ceramistas com os seus materiais e fornos.

Ao propor o tema de uma nova exposição ao grupo de colegas ceramistas do Bando de Barro, Alexandra percebe a relevância de um certo substantivo da língua portuguesa, extremamente potente: a palavra DIÁLOGO. Para mais, sente a necessidade de estabelecer uma correlação com um verbo muito simples de se conjugar, qual seja: ESCUTAR.

“No final deste ano de 2023, nunca foi tão necessário prestar atenção ao que o outro tem para compartilhar. Precisamos conversar, saber escutar. Justamente para dar atenção a outrem e ouvir de forma consciente. Para dialogar, o essencial é reaprender a ouvir. Essa postura dialógica pode se estender, também, ao espaço do ateliê de arte. Como artistas, somos instigados às trocas nos processos de trabalho, a fim de avançar nas pesquisas teórico-práticas e aprofundar percepções. Posso destacar, ainda, os diálogos e as escutas que tenho vivenciado através das poéticas construtivas dos integrantes do Bando de Barro, trazendo uma nova visão da cerâmica ou, até mesmo, de mundo.”

artistas
Adriana Giora, Alexandra Eckert, Carusto Camargo, Cinthia Sfoggia, Emília Gontow, Fernando Lima, Gilberto Menegaz, Gustavo Rigon, Izane Schul, Kika Zanella, Leonardo Ternus, Lia Freitas, Márcia Braga, Martina Berger, Miriam Gomes, Nadia Saad, Nico Giuliano, Roberto Bitencourt, Rodrigo Núñez, Rosana Bortolin, Silmara Zago, Soraya Girotto, Viviane Diehl

curadoria

(Porto Alegre, 1971). Licenciada em Educação Artística, Bacharel em Cerâmica e Mestre em Poéticas Visuais pela UFRGS. Doutora em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale. Suas pesquisas desenvolvem-se nos campos da gravura, cerâmica, livro de artista, instalação e ações colaborativas com experiências de partilha do sensível na arte contemporânea. É docente na Graduação e Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Feevale, coordenadora do Projeto de Extensão Projeto Circular.

texto curatorial

Ao propor o tema de uma nova exposição ao grupo de colegas ceramistas do Bando de Barro, percebi a relevância de um certo substantivo da língua portuguesa, extremamente potente: a palavra DIÁLOGO. Para mais, senti a necessidade de estabelecer uma correlação com um verbo muito simples de se conjugar, qual seja: ESCUTAR. O termo “diálogo” resulta etimologicamente da fusão das palavras gregas dia e logos. “Dia” significa através. “Logos” foi traduzida para o latim como ratio (razão). Na acepção mais antiga da palavra, “logos” pode significar relação ou relacionamento. Sócrates (469-399 a.C.), filósofo grego, é considerado por inúmeros historiadores, como o pai da Dialética, método de busca pelo conhecimento baseado na arte do diálogo. Segundo Sócrates, a partir dessa sistemática, existe um intercâmbio de ideias deveras salutar para o enriquecimento pessoal e da polis (cidade). No final deste ano de 2023, nunca foi tão necessário prestar atenção ao que o outro tem para compartilhar. Precisamos conversar, saber escutar. Justamente para dar atenção a outrem e ouvir de forma consciente. Para dialogar, o essencial é reaprender a ouvir. Essa postura dialógica pode se estender, também, ao espaço do ateliê de arte. Como artistas, somos instigados às trocas nos processos de trabalho, a fim de avançar nas pesquisas teórico-práticas e aprofundar percepções. A mostra “DIÁLOGOS: A ESCUTA DO BARRO” apresenta, portanto, a produção recente de 23 (vinte três) artistas baseada na proposta curatorial de interação e reciprocidade destes ceramistas com os seus materiais e fornos. Posso destacar, ainda, os diálogos e as escutas que tenho vivenciado através das poéticas construtivas dos integrantes do Bando de Barro, trazendo uma nova visão da cerâmica ou, até mesmo, de mundo.

Alexandra Eckert
Artista visual, professora e curadora

bando do barro

Atualmente, participam artistas-ceramistas de várias cidades do Brasil. Em 2008, recebeu o II Prêmio Açorianos de Artes Plásticas – Destaque em Cerâmica – pela Exposição Colunas na Essa Poa é Boa. Nesta mostra, temos artistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

abertura
12 de dezembro 2023, 19h

visitação
Até 28 de janeiro de 2024, de terças a domingo, das 10h às 18h, inclusive feriados.

conversa com artistas
28 de janeiro de 2024, 16h30

local
Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943, Porto Alegre).

entrada franca