+ Doação e Transplante nos Currículos da Saúde

+ Doação e Transplante nos Currículos da Saúde é o nome da campanha que o projeto Cultura Doadora está intensificando junto às coordenações dos cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia e Serviço Social para a ampliação da abordagem dessa temática.

Ao longo de uma década de atividades de sensibilização para o desenvolvimento de uma disposição doadora de órgãos e tecidos, a coordenação do projeto Cultura Doadora constatou a importância de haver formação no tema.

Leia o documento que motiva a mobilização

A Coordenação do Projeto Cultura Doadora, da Fundação Ecarta, que há 10 anos desenvolve uma variada programação de informação e sensibilização para o desenvolvimento de uma disposição doadora de órgãos e tecidos na sociedade gaúcha e brasileira, destaca a importância da abordagem da doação e dos transplantes nos currículos da área da saúde das instituições formadoras dos profissionais com potencial interface com esse tema.
Ao longo da já extensa trajetória de relação com o universo da doação e dos transplantes, não foram poucos os relatos de frustação e contrariedade de famílias que sequer foram abordados para uma eventual doação de órgãos ou tecidos de familiar falecido. Ou mesmo, foram abordados de forma equivocada, revelando em ambas, além da provável falta de infraestrutura, o despreparo profissional para a concretização de uma potencial doação e transplante.
Fica evidente que, para além do déficit de disposição doadora na sociedade, existe uma grave deficiência de estrutura e de organização do sistema de saúde, e também de formação profissional voltada para a doação e os transplantes em nosso país, que precisa ser enfrentada a bem das milhares de pessoas que padecem nas listas de espera por um órgão ou tecido.
Diante dessa realidade, o Projeto Cultura Doadora está desenvolvendo neste ano a mobilização + Doação e Transplante nos Currículos da Saúde junto às coordenações dos cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia e Serviço Social com vista à inclusão e/ou ampliação da abordagem dessa temática.
É fundamental que os profissionais tenham clareza sobre a ética no processo, o funcionamento do Sistema Nacional de Transplantes e sua rede de centrais estaduais, da constituição de Organizações de Procura de órgãos (OPOs), da criação e manutenção de Comissões Intra Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs), dos potenciais doadores e os órgãos que podem ser doados, da doação inter-vivos, da capacitação para o diagnóstico de morte encefálica, da manutenção do potencial doador e da comunicação para a família enlutada.
Por fim, cumpre lembrar que a complexidade dessa modalidade terapêutica exige preparo especializado e constante das equipes de profissionais de saúde envolvidos no cuidado do paciente. Devido à grande rotatividade desses profissionais nos centros doadores (hospitais com emergência e UTIs) e transplantadores, as instituições formadoras têm um amplo potencial para o oferecimento de formação complementar e continuada de novos profissionais, inclusive no âmbito da pós-graduação lato e stricto senso.
A coordenação do Projeto Cultura Doadora manifesta sua expectativa de que os responsáveis pelos cursos da Saúde desta renomada instituição, sempre pautada por sua elevada sensibilidade social, possam acolher, avaliar e incorporar em seu projeto acadêmico as percepções e considerações amealhadas pelo nosso projeto.

Marcos Júlio Fuhr

Presidente da Fundação Ecarta