Coletivo [Coletivos]

Esta é uma exposição de um grupo de seis artistas, unidos pelo conceito de coletivo e pela linguagem da arte contemporânea através da fotografia, cerâmica, pintura, objeto e instalação. Tudo muito repetido onde cada obra aponta para um aspecto desta repetição ou destas coletâneas. Ao unirmos os elementos podemos, num primeiro momento, apelar para o agrupamento ou para a memória ou até para a simples apropriação, porém o mais importante é a forma de utilização desses elementos, caracterizando partes dos processos de criação de cada um. Estes artistas nos apresentam seis aspectos destes pretextos para justapormos coisas em um determinado espaço e ao mesmo tempo.

curadora
Amelia Brandelli

artistas

Adreson, em sua obra, nos oferece um jogo de dados, dados feitos de imagens de números, números que identificam casas ou edifícios. Uns dados-dadás! Nada mais lúdico e bem-humorado, que ironiza a identidade e a exatidão da malha ortogonal urbana.

Ana Ledur monta um recanto carregado de uma memória que sofreu amnésia, uma vez que o cuidado cenográfico evidencia a ausência de uma história familiar, tornando-a mais presente. Um afeto congelado que nos faz repensar o valor “família”, dado o código visual das molduras fotográficas, dos álbuns, das fotografias e da relação com um espaço de recolhimento. Sua obra tem como título “Ausências”.

Dânia Moreira, com o trabalho “Outros cantos, outros lugares”, concretiza uma outra aresta no espaço do mundo, o espaço expositivo. Partindo dos binômios água e terra, mar e areia, une a face do Brasil com a face de Portugal, configurando a ascendência lusitana da nacionalidade brasileira.

Kátia Costa nos faz ver o cheio e o vazio, com o trabalho “Receptáculos de não-imagens”. Caixas cheias de presenças e vazias de imagens, pelo excesso de luz ou pela ausência dela. Dois pontos cegos para pensar-mos e vermos fotografia. Indo mais profundamente na reflexão, podemos nos perguntar sobre que imagens guardamos e por que as guardamos.

Com o trabalho de Tereza Mello temos um outro aspecto da memória e da preservação. A im-pressão da folha de xaxim, que se reproduz nos sutis matizes da argila. Imagens que, vistas em sequência ou dispostas umas sobre as outras, nos remetem às mil folhas de História da vida na Terra. A planta que se extingue e a imagem que o barro preserva. A obra é intitulada “Paisagem”.

E por fim, Yara Baumgarten nos traz a série “Para parar o tempo”. É como se ela engatasse uma marcha ré e revisse todo o movimento dos pilotos de paraglider em pleno voo e esse olhar se tornasse estático. Rodrigo dMart colabora com 24 versos que dão nome às fotografias, formando assim um conjunto de imagens únicas.

em cartaz
13 de agosto  a 11 de outubro de 2009,
Até 11 de outubro de terça a sexta das 10h as 19h; sábados das 10h às 20h
domingos das 10h às 18h;
Entrada franca

local
Fundação Ecarta – Av. João Pessoa, 943 – Porto Alegre